O Inglês na História Americana: no Princípio
A AMÉRICA é uma canção que dever ser cantada em conjunto – pelo menos é o que diz um velho chavão americano. Mas, desde o início, as divergências eram tantas que os céticos foram logo sentenciando: “Isso é coisa de Poliana!” E de fato, os americanos sempre tiveram a tendência a desafinar entre si, a cantar cada um de seu jeito, simplesmente não conseguiam acertar o tom. O motivo era óbvio – o sentimento de “ser americano” ainda não existia. Diante de tantos desencontros, a “América”, como entidade, não podia ser levada a sério, nem pelos próprios americanos. Os cínicos não perdiam tempo e debochavam: “Americano bom, quando morre, vai para Paris”.
Levou tempo, mas os antigos colonos finalmente superaram as suas diferenças e encontraram o diapasão (mais ou menos). Mesmo assim a tradição dos céticos e cínicos continua bem viva e o número de desafinados ainda é grande. Resultado: a harmonia americana nem sempre é facilmente assimilada pelos de fora. É uma harmonia feita de contradições, de diversidade dentro da unidade, o que levou o escritor John Updike a observar: “A América é uma tremenda armação para fazer (os americanos) felizes”. [Em Problemas, 1980: Como amar a América e deixá-la ao mesmo tempo].
Essa mesma harmonia está sintetizada no apelido The States, o nome dos Estados Unidos da América… para os íntimos. Nele se espelha toda uma intimidade que foi construída e compartilhada somente após uma longa e penosa trajetória que terminaria na formação de uma nova nação. Primeiro, vieram as colônias, cada uma um pequeno país, que acabaram se juntando numa confederação frouxa e destinada ao fracasso. Depois vieram as fases iniciais de expansão no vasto continente norte-americano, indicando todo o seu potencial. E, finalmente, uma série de acontecimentos convenceram os colonos da sua fragilidade. Foi quando trataram de formar uma união mais sólida, baseada em princípios que a tornassem realmente independente e duradoura. E assim nasceram os Estados Unidos.
Não foi um nascimento tranquilo. A gestação foi pontilhada por guerras contra a Inglaterra, desavenças com vizinhos e brigas entre os estados associados. Mesmo depois da união, levou algum tempo para que os cidadãos do novo país se sentissem à vontade uns com os outros como num relacionamento em família. Embora todos falassem a mesma língua e tivessem referenciais parecidos, ainda lhes faltava o essencial – a experiência de conviver sob o mesmo teto e observar as regras da casa. Isso só viria com o estabelecimento de objetivos comuns e com a criação de símbolos que, num simples olhar ou numa rápida escuta, lhes dissessem que estavam realmente em família, entre irmãos. Hoje, as palavras the States expressam um sentimento muito parecido com o de “a minha casa” ou, como se dizia noutros tempos, “a terrinha”, ou, como ainda dizem os imigrantes europeus, the old country, referindo-se ao seu país de origem.
O idioma inglês era o elo comum entre as colônias mas, por si só, provavelmente não seria o suficiente para uni-las; outros elementos seriam necessários para criar um sentimento de identidade nacional. (O idioma espanhol não foi suficiente para unir a maior parte dos países latino-americanos). Vamos dar um rápido mergulho na história dos Estados Unidos para ver como surgiram os seus ícones e princípios de cidadania, todos eles marcos de um processo que fez da língua inglesa britânica a língua inglesa americana. (Contato com o autor: John D. Godinho – [email protected])
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
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