O Inglês Americanizado: “Manifest Destiny” e a expansão da língua inglesa
A imaginação dos desbravadores dos novos territórios parecia não ter limites. Mas aquela imagem de uma fronteira bucólica onde cada um podia fazer o que muito bem entendesse era uma história mal contada. As informações e fábulas sobre o oeste eram tantas e tão desencontradas que até a década de 1830 muita gente ainda achava que havia um grande mar, o Timpanogos, no meio do continente. Mas logo, logo, os pioneiros eram chamados à realidade. Aos primeiros contatos com a fronteira, eles já sentiam a diferença: tratava-se de um mundo novo dentro do Novo Mundo e, por isso, diziam que tinham deixado a América. Para eles, a América significava apenas os estados da costa atlântica. Nas cartas e reportagens da época, os escritores falam em voltar para a América como se fosse um país diferente.
Muitos dos pioneiros reconheciam que haviam sido levados pela euforia da aventura, da riqueza, mas deixavam claro que fariam a viagem mesmo sabendo das agruras da fronteira. Em determinado momento, o entusiasmo era tão grande que mais parecia uma febre que virou delírio. E esse delírio tinha nome: chamava-se Manifest Destiny (destino manifesto), uma doutrina jingoísta que pregava a expansão territorial dos Estados Unidos não apenas como inevitável pela natureza das coisas, mas também por ter sido determinada por ordem divina.
O termo foi usado pela primeira vez pelo jornalista John L. O’Sullivan em 1845. Por coincidência, esse foi o ano da grande onda de fome na Irlanda que acabou enviando dezenas de milhares de imigrantes para o Novo Mundo. Para os recém-chegados, qualquer que fosse a sua origem ou nacionalidade, teorias chauvinistas não tinham o menor interesse. A questão era bem simples – fugir da fome, das perseguições políticas e religiosas na Europa, progredir na vida, enfim, ser feliz. Só que o litoral atlântico estava ficando abarrotado de gente, o que fazia dos vastos territórios do oeste uma tentação permanente. Essa, sim, era a natureza das coisas que fazia a expansão territorial inevitável. A chamada ordem divina do manifest destiny ficava por conta dos políticos e suas agendas carreiristas. Mas de certa forma, todos, inclusive os recém-chegados, eram contaminados pela arrogância, a agressividade e, porque não dizer, o fanatismo, embutidos na doutrina. Estes fatores foram muito importantes para conquistar o oeste, dominar a natureza, desalojar os índios e derrotar outros pretendentes à ocupação dos territórios.
O inglês acompanhou e refletiu cada uma das etapas vividas pelos que o levaram ao Pacífico. À medida que a fronteira se afastava do Atlântico, o inglês ficava mais americano, cada vez mais longe do inglês das primeiras treze colônias, obrigado pelas circunstâncias a criar novas palavras e formas de expressão. Era uma viagem sem volta.
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
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