O Inglês Americanizado: Linguajar Ferroviário Além das Ferrovias
Na conquista do oeste americano, o fascínio por trens virou mania e o linguajar associado às ferrovias foi rapidamente assimilado pela população. Inevitavelmente, a ferrovia deu origem a muita expressão realmente nova na língua inglesa. O próprio termo railroad (ferrovia) começou como substantivo e logo virou verbo, com um significado todo especial: to railroad primeiro queria dizer promover um julgamento rápido e achar alguém culpado por crime que provavelmente não cometeu, mas hoje também significa forçar, obrigar, através de pressão, como por exemplo: The bill was railroaded through the state legislature because of the influence of some very wealthy sponsors (A aprovação do projeto de lei foi forçada na assembleia legislativa estadual devido à influência de patrocinadores muito ricos). Em português, provavelmente usaríamos a imagem de um trator em vez de algo relacionado com a maria-fumaça.
Termos ferroviários foram ampliados e ainda hoje servem como metáforas nas conversas mais comuns. Se você não for railroaded você pode ser sidetracked (desviado de um assunto ou objetivo), visto que to sidetrack originalmente queria dizer desviar o trem para os trilhos laterais. E se você participar de uma campanha política, eventualmente você pode embarcar num gravy train (literalmente “o trem do molho,” que vem a ser o famoso trem da alegria tão conhecido nos meios políticos brasileiros) ou acompanhar o candidato numa whistle stop tour, um tipo especial de campanha em que o candidato faz comícios em pequenas cidades sem sequer sair da plataforma do trem.
Os trabalhadores inventavam novas expressões com a maior facilidade: to backtrack (recuar nos trilhos/mudar de opinião), the wrong side of the tracks (lado errado dos trilhos/bairro pobre, favela), to reach the end of the line (chegar ao fim da linha, o resultado final, o fim), to make the grade (vencer o grau de aclive ou declive dos trilhos, portanto alcançar sucesso a despeito das dificuldades), e muitas outras.
Toda essa movimentação para o oeste americano deixou profundas marcas no inglês. Mas essas inovações não surgiram apenas pelas características das regiões conquistadas; a maior parte surgiu devido às características das pessoas que as conquistaram. Muitas dessas pessoas já integravam outro movimento que tinha suas origens no continente europeu – as ondas de imigração. Afinal, as histórias contadas sobre o “fabuloso oeste” não seduziam apenas os americanos da costa atlântica. Para muitos europeus, já vivendo em condições precárias, a sedução era muito maior. E esses imigrantes, a despeito de todas as barreiras que tiveram de enfrentar, chegaram e deram uma contribuição inestimável ao idioma inglês americano, como veremos em artigos futuros.
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
O certo e o errado no inglês: as divergências
Inglês na América: chegada do idioma ao Novo Mundo
Inglês Americanizado: Cowboys, Ferrovias e a Língua Inglesa
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