O Inglês Americanizado: a expansão do inglês
Ao se afastar da costa atlântica, o colono-pioneiro perdia contato com a cidade grande e suas inovações, modas e manias de linguagem. E assim perduravam os velhos hábitos e antigas expressões, tidos como americanismos, mas, na realidade, termos que tinham sido abandonados pelos próprios britânicos. Enquanto isso, ele ia complementando o seu inglês com inúmeros regionalismos exigidos e criados pela vivência nas fronteiras.
Esse afastamento começava a apontar para um importante paradoxo: ao mesmo tempo que o país se unificava politicamente corria o risco de se desmembrar linguisticamente. Havia no pioneiro aquele toque do interior, o jeito do hillbilly, ou seja, do caipira, com frases trabalhadas de forma incomum, ditas com uma pronúncia e ritmo diferentes. As diferenças no idioma eram, muitas vezes, motivo de espanto quando um americano da fronteira visitava o litoral ou quando um americano do leste viajava pelo oeste. Com alguma frequência, o linguajar do interior causava irritação aos ouvidos urbanos.
A Compra da Louisiana
Com o tempo, o povo aprendeu a lidar com as diferenças regionais que ainda hoje existem mas que jamais resultaram em separação linguística. Não havia alternativa – adaptação era a ordem do dia numa sociedade que estava adquirindo sua própria dinâmica, embalada por importantes acontecimentos, tanto internos como externos. A própria euforia da expansão territorial era alimentada pelos jogos de cadeiras políticas, pelas intrigas e pelas guerras entre os poderes europeus. Já naquela época os acontecimentos indicavam como seria a futura aldeia global – o que se passava na Europa, afetava profundamente a vida dos que viviam, tão longe, no Novo Mundo.
Em determinados momentos, as brigas europeias acabaram beneficiando os americanos. Foi o que aconteceu quando a Revolução Americana terminou e as ex-colônias adquiriram não só a independência como também conseguiram novos territórios que iam até o rio Mississipi. Essas regiões adicionais haviam sido ganhas da França pela Inglaterra, em 1763, como resultado da Guerra dos Sete Anos, que envolveu vários países europeus. Resultado: os americanos puderam se expandir até o grande rio com relativa tranquilidade.
Mas além-Mississipi a história era outra. Desde o início do século XVIII, os franceses consideravam como sua toda uma vasta região que se estendia entre aquele rio e as Montanhas Rochosas. Agora, nos princípios do século XIX, os territórios faziam parte dos planos de Napoleão Bonaparte para formar um grande império no Novo Mundo. Para ele, o grande vale do Mississipi seria o celeiro desse império e a sede seria na ilha de Hispaniola (hoje Haiti e República Dominicana). Felizmente para os americanos, as coisas não iam bem para o imperador francês – os escravos de Hispaniola se revoltaram e tomaram o poder; uma nova guerra contra a Inglaterra estava prestes a estourar; os cofres franceses estavam à míngua.
O presidente Thomas Jefferson, naturalmente, via tudo aquilo com muita apreensão. Para ele, tornava-se cada vez mais importante adquirir direitos sobre trechos ao longo do Mississipi para garantir a livre navegação de embarcações americanas. Com esse limitado objetivo, o presidente enviou uma comitiva para negociar com o imperador francês. Qual a sua surpresa quando Napoleão ofereceu vender todo o território. Ao saber da proposta francesa, Jefferson aceitou imediatamente, certo de que estava fazendo uma das melhores compras na história. O preço finalmente negociado foi de 60 milhões de francos, cerca de 15 milhões de dólares. De uma só tacada, Jefferson duplicou o tamanho dos Estados Unidos, abriu um vastíssimo território para colonização e assegurou a livre navegação no Mississipi. A compra, ocorrida em 1803, ficou conhecida como the Louisiana Purchase (A Compra da Louisiana).
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
O Inglês Americanizado: conflitos com o inglês britânico
Semelhanças e diferenças entre inglês britânico e inglês americano
Inglês na América: formação e descolonização do inglês americano
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