O certo e o errado em inglês: as divergências
Na história da língua inglesa existem inúmeros casos em que entre os fatos e as regras, os fatos saem perdendo. Ainda hoje, se um comentarista de projeção fizer um comentário negativo sobre determinado uso comum do idioma, o seu pronunciamento poderá ser levado a sério e causar desespero nas camadas mais inseguras da sociedade.
Os alarmistas emitem fortes sinais de alerta sobre a erosão do idioma, tanto na Internet como no dia a dia dos angloparlantes, com os surfistas falando de um jeito, os funkeiros de outro, os advogados, médicos, jornalistas, locutores de rádio e televisão e outros profissionais da palavra maltratando a língua a torto e a direito. O povo, ainda de acordo com os alarmistas, está ficando cada vez mais analfabeto; é absolutamente necessário voltar às lições básicas e respeitar de novo a língua-mãe. O cenário de guerra está armado – de um lado, as forças conservadoras dos setores ditos cultos; do outro, um bom número de linguistas que veem o problema por um prisma diferente. Nessa disputa nem sequer faltam xingamentos velados: os primeiros são chamados de “os guardiões”, que devolvem o desdém referindo-se aos segundos como “os permissivos”.
Velha divergência no inglês: “split infinitive”
1. A regra está errada e os gramáticos estão sofrendo de algum distúrbio mental.
2. Os usuários do idioma inglês no mundo inteiro, incluindo os mais conceituados escritores, não sabem, ou não querem, usar o idioma corretamente.
A solução desse conflito é surpreendente. Várias pesquisas revelam que um número enorme de pessoas com estudo superior em países de língua inglesa concorda com a segunda hipótese, embora elas mesmas desobedeçam à regra. Afinal, dizem elas, quem conhece muito bem o assunto são os gramáticos e outros estudiosos; portanto, eles devem estar certos e os usuários faltosos errados. Pior para os fatos. Quando se fala de gramática, parece existir algo de misterioso no ar que perturba o raciocínio de muita gente, levando ao abandono do bom senso.
A esta altura você deve estar se perguntando: “E por que, na língua inglesa, o infinitivo não deve ser dividido?” Pasmem. Porque, diziam “os guardiões” que criaram a regra, em latim o infinitivo também não é dividido. A reação dos opositores não tardou: isso fazia mais ou menos o mesmo sentido que obrigar todos os residentes dos Estados Unidos e da Inglaterra a usar toga e coroas de louro, só porque era assim que os antigos romanos se vestiam. Júlio César não poderia dividir um infinitivo se sua vida dependesse disso, mesmo com todo o poder de um imperador de Roma — em latim, o infinitivo é uma palavra só, indivisível, como facere (fazer) ou dicere (dizer). A regra continua em vigor, embora ignorada com frequência.
Em inglês, nada demais que o infinitivo seja split com a maior naturalidade. Afinal, trata-se de um idioma que constrói suas frases e orações através da combinação variada de pequenas palavras em vez de palavras mais compridas e complicadas, usadas numa ordem mais rígida, como é o latim.
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
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