Nomes em Inglês: Prenomes e Sobrenomes na América
A escolha de prenomes e sobrenomes na América obedeceu a um processo que também teve seus momentos de turbulência mental, mas, em geral, foi bem mais tranquilo do que na Inglaterra. Na época da chegada dos peregrinos, a ortografia do inglês ainda estava passando por um processo de fortes convulsões – as pessoas escreviam da forma como bem entendiam, geralmente seguindo a pronúncia local. Como resultado, você tinha nomes cujas estranhas grafias eram lidas com pronúncias mais estranhas ainda. Até mesmo nomes de grafia trivial tinham pronúncias inesperadas: Randolph muitas vezes era /réndal/, Wyat era /ueit/, e Higginson causava o maior espanto aos não iniciados: pronunciava-se /hickerson/. Até um nome de aparência pacata como Taliaferro virava um arrasador /tolliver/.
Na Inglaterra, muitos sobrenomes tinham, e ainda têm, pequenas diferenças na grafia embora o som seja o mesmo: Coke/Cook, Cooper/Cowper, Lea/Leigh/Lee, More/Mohr/Moore e até mesmo Smith e Smythe. Por sorte, os sobrenomes na América começaram a demonstrar uma tendência a se padronizarem de forma que Browne tornou-se Brown e Smythe virou definitivamente Smith.
A mesma tendência ocorria com relação a sobrenomes de imigrantes de países cujo idioma não era o inglês. Normalmente processava-se uma adaptação do sobrenome original para facilitar a vida do novo cidadão na sociedade americana. O nome dos Rockefellers é uma adaptação do original Roggenfelders, como o nome Westinghouse é uma variação de Wistinghousen; Shoemaker já foi Schumacher, e Schmidt e Muller deram lugar a Smith e Miller; Braun tornou-se Brown, Grun ficou Green, Janson, Jonsson, e Johansson viraram Johnson, e por aí vai. O resultado é que muitos sobrenomes americanos têm toda a aparência de anglo-saxões quando na verdade sua origem é alemã ou escandinava.
famoso banqueiro estadunidense
O que para os imigrantes de língua germânica era relativamente simples, tornava-se um enorme problema para os que vinham de países do leste europeu e da região mediterrânea. Frequentemente, a pronúncia, o tamanho do nome e a combinação de letras eram totalmente incompatíveis com a língua inglesa. Para um americano ou inglês (que nunca foram e não são grandes estudantes de línguas) a sensação de horror seria enorme ao enfrentar nomes poloneses como Krzyanowski, Szybczynski e Gwzcarczyszyn. (H.L. Mencken, The American Language, 1989, p. 585). E até os nomes mais compactos podiam causar arrepios como, por exemplo, os nomes tchecos Chrt, Krc, Hnát e Srch. Quando o problema era o tamanho, o nome sofria uma cirurgia radical e tornava-se simpático para todo o mundo. Era o caso de nomes como o grego Pappadimitracoupoulos que, inevitavelmente, se tornava Pappas.
Mas nem todos os imigrantes mudavam ou alteravam o seu nome, como veremos no próximo artigo. (Contato com o autor: John D. Godinho – [email protected])
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Nomes em Inglês: Pronúncias Desencontradas
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