Nomes em Inglês: na Inglaterra e no Novo Mundo
Com o passar do tempo, muitos nomes ingleses foram vítimas das maiores manipulações e acabaram bastante deformados. Um exemplo clássico é o nome de Cambridge que já foi bem mais longo e complicado: Grantanbrycge. Com a chegada dos normandos em 1066, o nome começou a encolher – foi Caumbrigge, Cambrugge, Caunbrige e, finalmente, Cambridge. O mesmo aconteceu com o enigmático Eboracum que, séculos depois e para a felicidade geral, virou o singelo e simpático York, uma metamorfose e tanto.
Existem na Inglaterra nomes de todos os tamanhos, sons e feitios, mas a grafia e a pronúncia são frequentemente tão distantes uma da outra que, como já se disse, qualquer semelhança não é mera coincidência, é um milagre. Como explicar, por exemplo, que o nome da pequena cidade de Meopham pronuncia-se /mépam/? Ou que Cholmondeston é /tchâmessan/? O pior é que até mesmo os nomes com a grafia mais simples podem ser armadilhas ardilosamente preparadas. Postwick parece simples, mas não é – pronuncia-se /pôzêk/. Puncknowle também parece não ter qualquer dificuldade, mas ora se tem: pronuncia-se /pânnal/.
Esse pendor que o inglês tem para complicar nomes e pronúncias viajou para o Novo Mundo com os primeiros colonos. Mal sabiam os recém-chegados o trabalho que teriam para achar ou inventar nomes para tanta coisa nova. No princípio, até que não foi tão difícil assim – quanto ao nome dos locais, era só usar nomes de localidades inglesas ou então escolher o nome de um membro da família real ou da corte, prestar-lhe uma homenagem e, quem sabe, ganhar alguns favores. Já com o nome de coisas da natureza, o processo era bem mais complicado: ou usavam nomes comuns na Inglaterra para descrever coisas parecidas, mas realmente diferentes, o que não deixava de ser uma alteração significativa no idioma, ou então adotavam nomes indígenas.
O processo de inventar nomes pode até ter sido divertido por algum tempo, mas começou a cansar quando os colonos, especialmente na América e na Austrália, se deram conta da gigantesca tarefa que tinham pela frente. Eram dois vastos continentes à procura de uma identidade e o estoque de nomes não dava para o gasto. A alternativa era simplesmente lançar mão dos nomes indígenas já existentes, muitas vezes com apenas pequenas adaptações ao idioma inglês. Isso explica por que, na Austrália, pelo menos um terço dos nomes de lugares e cidades é de origem aborígine; nos Estados Unidos, existem milhares de lugares com nomes indígenas, entre eles os nomes de 26 estados.
Na América, os colonos lançaram mão de vários esquemas para escolher nomes de localidades, cada um mais inesperado do que o outro, como veremos em artigos futuros. (Contato com o autor: John D. Godinho – [email protected])
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
Nomes em Inglês: As Origens
Nomes em Inglês: Pronúncias Desencontradas
Nomes em Inglês: Nicknames, Pseudonyms, Acronyms, Bacronyms
Como agradecer ao Inglês no Supermercado porque ele existe? Adicione um link para esta página ou clique nos ícones abaixo e divulgue o blog e tudo que você sabe a respeito de Nomes em Inglês: na Inglaterra e no Novo Mundo no Twitter, Facebook, emails etc.