Curiosidades e dicas do inglês escrito: propostas de reformas ortográficas mais recentes
Alguns adeptos da reforma ortográfica da língua inglesa preferiam promover uma guerra particular contra o que chamavam “os desvarios” do idioma escrito. Foi o caso de Robert R. McCormick (1880-1955), editor e dono do jornal Chicago Tribune. Como dono de um jornal importante, McCormick podia dar-se ao luxo de insistir na grafia de nite querendo dizer night, iland em vez de island e cigaret no lugar de cigarette, bem como mais de trezentas outras alterações. O jornal não usava todas ao mesmo tempo, para não revoltar os conservadores.
Após a morte de McCormick, os editores acharam por bem desistir da maior parte das palavras alteradas por ele, talvez em reconhecimento de que um processo mais vagaroso, quase imperceptível, não deixa de ser mais eficaz e duradouro. Exemplos não faltam na língua inglesa. Sem grande alarde, as mudanças simplesmente acontecem. Foi assim que o E mudo no final de inúmeras palavras foi sendo eliminado – deposite, fossile, e secretariate, por exemplo. E a inutilidade do K mudo justificou o seu sumiço de palavras como musick/music, physick/physic, seguindo a tendência em todos os países de língua inglesa a adotar a grafia mais simples e direta quando existem duas formas de escrever uma palavra.
É esse o princípio de “evolução em vez de revolução”, como diz o Professor Harry Lindgren, da Austrália, ao propor um programa de reforma em várias etapas. Em cada etapa seria simplificado um fonema, como por exemplo, usar o som breve da letra E (como em pedra) nas palavras eny (any), sed (said), agenst (against), bery (bury), frend (friend), hed (head). Outra proposta para a primeira etapa, seria a eliminação de dígrafos como GH em though, caught, e tantas outras palavras.
E, finalmente, existe a proposta chamada Cut Spelling que certamente seria aplaudida de pé por estudantes de inglês no mundo inteiro. Ela simplesmente recomenda a eliminação de todas as letras que sejam supérfluas ou irrelevantes em termos de pronúncia. Alguns exemplos: crum(b), s(c)issors, forei(g)n, tau(gh)t, r(h)yme, wou(l)d, recei(p)t, i(s)land, a(b)breviate, a(c)co(m)modation e muitas outras. Até hoje, as propostas não tiveram sucesso mas, quem sabe, talvez um dia tenham a sua vez.
Nota do Autor: Outros aspectos do inglês escrito serão abordados nos próximos artigos.
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
Ortografia irregular e esquemas previsíveis
Propostas e reformas ortográficas na língua inglesa
Confusão gerada entre a pronúncia e a escrita inglesa
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