As Faces do Inglês: Phrasal Verbs e Expressões Idiomáticas
O mais desconcertante das expressões idiomáticas é a aparente inocência que elas usam para esconder significados nem sempre tão inocentes. É quase cinismo, como no caso de muitas expressões baseadas numa palavra só. Normalmente são palavras comuns usadas com um significado que nada tem a ver com o original. Exemplos não faltam. A expressão My car is a lemon (o meu carro é um limão), quer dizer que o carro é uma porcaria, é de má qualidade. Nesse sentido, a palavra lemon pode ser aplicada, desde o século XIX, a qualquer tipo de máquina ou equipamento com defeito. E até a palavra dog de repente vira sinônimo de pessoa ou coisa sem graça, ruim, feia. Exemplo: Joe’s girlfriend is a dog (a namorada do Joe é uma droga, sem graça, feia). Em português, claro, temos ocorrências semelhantes como, por exemplo, a palavra mala em Fulano é um mala, significando uma pessoa chata, de trato difícil.
A namorada do Joe é sem graça.
A expressão idiomática pode ser facilmente confundida com o phrasal verb – ambos têm significados que fogem ao significado literal das palavras usadas. O phrasal verb é uma palavra composta de um verbo de movimento e ação (go, put, take), normalmente monossilábico, e de um advérbio de direção e localização (up, off, down). Embora já exista na língua inglesa, há séculos, o nome phrasal verb é de cunhagem recente [1925, no livro Words and Idioms, de Logan Pearsall Smith]. Um exemplo clássico é to put up with. Você conhece as palavras uma por uma, mas em determinado contexto não fazem o menor sentido, tudo como na expressão idiomática. O verbo surge acoplado a uma ou mais preposições que funcionam como advérbios e mudam radicalmente o seu significado. Em português existe algo parecido, mas bem menos frequente do que em inglês. Exemplo: o verbo fechar (cerrar, tapar a abertura) de repente é usado numa frase que lhe dá um significado totalmente diferente. Estar fechado com alguém quer dizer estar ao lado de, a favor de alguém. O mesmo acontece com mexer (agitar, misturar, mover) que muda de significado na frase mexer com alguém (caçoar, provocar). Em ambos os casos, a simples preposição com faz toda a diferença.
A perplexidade do estudante de inglês aumenta à medida que um phrasal verb vai mudando de significado e se confunde cada vez mais com as expressões idiomáticas. Veja, por exemplo, alguns dos vários significados de put up: to put someone up for the night (alojar alguém por uma noite); to put someone up to something (convencer alguém a fazer alguma coisa); to put something up for sale (colocar alguma coisa à venda); to put up a front (fingir) e, é claro, o já mencionado to put up with something or someone (aguentar, suportar algo ou alguém).
Já o verbo to chew, que significa o ato inocente de mastigar, de repente é acoplado á preposição out e usado na expressão to chew someone out. Aí, vira uma expressão idiomática que representa uma descida de nível e é considerada de baixo calão, grosseira, tanto em inglês quanto em português (dar um esporro, uma descompostura).
To chew out é um exemplo que nos coloca muito perto de outra face do inglês, outro tipo de linguajar, o slang (gíria), tão traiçoeiro quanto a expressão idiomática e o phrasal verb, como veremos no próximo artigo. (Contato com o autor: John D. Godinho – [email protected])
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
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