Curiosidades e dicas do inglês escrito: argumentos em defesa do sistema ortográfico em vigor
Apesar das muitas propostas para amenizar os “desvarios” do inglês escrito, ainda resta muito o que fazer para dar ao idioma alguma aparência de sanidade. Isso é óbvio para quem tenta explicar a um estudante estrangeiro a diferença entre meet, meat e mete que, embora com significados e escritas diferentes, todas têm o mesmo som /mit/. Outra tarefa difícil é tentar justificar o som de palavras como enough /ânáf/ e biscuit /bêscât/.
Argumentos em defesa do sistema ortográfico inglês
Existe outro forte argumento a favor da ortografia atual: uma vez que o inglês é falado nos mais diversos lugares do mundo, com variações de pronúncia por vezes bastante acentuadas, deveria a grafia refletir essas diferenças de som? De acordo com Bill Bryson em The Mother Tongue, se insistíssemos nesse princípio, a palavra girl (na fonética aproximada em português) seria escrita guêrl na América, guél em Londres e Sydney, gál na Irlanda, guêl na África do Sul e gairâl na Escócia. É fácil concluir que as consequências seriam desastrosas para as comunicações internacionais em inglês escrito, um duro golpe, sem dúvida, para um idioma que já tem mais do que seu quinhão de problemas.
É precisamente por isso que Steven Pinker, em The Language Instinct, argumenta que um alfabeto não corresponde nem deveria corresponder a sons. No máximo, o alfabeto é um conjunto de símbolos que trazem à mente do leitor os fonemas registrados no seu dicionário mental. Ao olhar um símbolo abstrato da palavra, o leitor se encarrega de formular o som conforme necessário. Afinal de contas, diz Pinker, o objetivo normal de uma leitura é entender as ideias expressas no texto, não pronunciá-lo. Essa abordagem explica como e por que variações de um mesmo idioma, separados no tempo e no espaço, podem compartilhar do mesmo sistema ortográfico. Como já vimos, o conjunto de letras formando a palavra girl deu origem a cinco formas de pronúncia, mais ou menos reconhecíveis entre si, mas, de qualquer forma, diferentes.
Nota do Autor: Outros aspectos do inglês escrito serão abordados nos próximos artigos.
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta escrito por John D. Godinho. Adquira essa obra nos seguintes endereços: |
Futhark, o alfabeto do inglês antigo
Ortografia irregular e esquemas previsíveis
Propostas e reformas ortográficas na língua inglesa
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